Televisão: O papel da família frente ao meio de comunicação da televisão

O papel da família frente a televisão, filhos

O papel da família


Além do papel do educador, que enfrenta o desafio de despertar o olhar crítico do aluno frente ao meio de comunicação da televisão, existe o papel fundamental da família. É dentro de sua casa que a criança ou adolescente convive maior tempo com a televisão, pais e escola devem caminhar juntos diante dessa tarefa tão difícil que é uma correta utilização desse meio.
A violência, a sexualidade, os esteriótipos de raça e gênero e o abuso de drogas e álcool são temas comuns nos programas televisivos. Crianças e jovens impressionáveis podem assumir que aquilo que se vê na televisão é normal, seguro e aceitável. Por conseqüência a televisão expõe as crianças a tipos de comportamentos e atitudes que podem ser difíceis de serem compreendidos, analisados, elaborados e filtrados.
Os pais podem ajudar seus filhos a terem experiências mais positivas com a televisão, pois podem:
-assistir aos programas com os filhos, aproveitando ocasiões propícias para discutir o conteúdo do que é visto, bem como daquilo que é veiculado em comerciais;
-escolher os programas adequados para o nível de desenvolvimento da criança;
-limitar o tempo que é passado frente à televisão;
-desligar a televisão quando os programas parecerem inadequados a seus filhos;
-estabelecer que o horário de estudo é para ser dedicado a aprendizagem, não permitindo a realização de tarefas escolares com a televisão ligada;
-a hora da refeição deve ser um momento de conversa entre os familiares, que muitas vezes tem pouquíssimas ocasiões para se encontrar, evitando assistir refeição nesse momento.

Com uma orientação apropriada seus filhos podem aprender a usar a televisão de uma maneira saudável e positiva:
-evidenciar comportamentos positivos como a cooperação, a amizade e o interesse pelos outros;
-fazer conexões com a histórias, livros, lugares de interesses e eventos pessoais;
-conversar com eles sobre seus valores pessoais e familiares e como se relacionam com o que está sendo visto no programa, comparando o que estão vendo com eventos reais;
-deixe-os saber as verdadeiras conseqüências da violência;
-discutir sobre o papel da publicidade e sua influência no que se compra.

Escola e família devem trabalhar juntas também nesse contexto. Não cabe somente à escola trabalhar os efeitos negativos do excesso de exposição das crianças frente à televisão.
Angela Becker

Poema de Renata Pallottini


O GRITO


se ao menos esta dor servisse

se ela batesse nas paredes

abrisse portas

falasse

se ela cantasse e despenteasse os cabelos


se ao menos esta dor servisse

se ela saltasse fora da garganta como um grito

caísse da janela fizesse barulho

morresse


se a dor fosse um pedaço de pão duro

que a gente pudesse engolir com forçade

pois cuspir a saliva fora

sujar a rua os carros o espaço o outro

esse outro escuro que passa indiferente

e que não sofre tem o direito de não sofrer


se a dor fosse só a carne do dedo

que se esfrega na parede de pedra

para doer doer doer visível

doer penalizante

doer com lágrimas


se ao menos esta dor sangrasse


"O Grito"

Renata Pallottini

(Original em A Faca e A Pedra, 1965)

In Obra Poética

Editora Hucitec, São Paulo, 1995

Poema de Mario Quintana


Canção do dia de sempre


Tão bom viver dia a dia...

A vida assim, jamais cansa...


Viver tão só de momentos

Como estas nuvens no céu...


E só ganhar, toda a vida,

Inexperiência... esperança...


E a rosa louca dos ventos

Presa à copa do chapéu.


Nunca dês um nome a um rio:

Sempre é outro rio a passar.


Nada jamais continua,

Tudo vai recomeçar!


E sem nenhuma lembrança

Das outras vezes perdidas,

Atiro a rosa do sonho

Nas tuas mãos distraídas...


Mário Quintana

Poema de Mario Quintana


BILHETE


Se tu me amas,

ama-me baixinho

Não o grites de cima dos telhados

Deixa em paz os passarinhos

Deixa em paz a mim!

Se me queres,

enfim,

tem de ser bem devagarinho, Amada,

que a vida é breve,

e o amor mais breve ainda...


Mário Quintana

Poema de Cecília Meireles


Lua adversa

Tenho fases, como a lua.

Fases de andar escondida,

fases de vir para a rua...

Perdição da minha vida!


Tenho fases de ser tua,

tenho outras de ser sozinha.

Fases que vão e que vêm

no secreto calendário

que um astrólogo arbitrárioi

inventou para meu uso.


E roda a melancolias

eu interminável fuso!

Não me encontro com ninguém

(tenho fases, como a lua)


No dia de alguém ser meu

não é dia de eu ser sua...

E, quando chega esse dia,

o outro desapareceu...


Cecília Meireles

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